19º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO (19º BIMtz)
HISTÓRICO DO 19º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO (19º BIMtz)
A História da Unidade teve inicio no século XVIII, quando em virtude das lutas em torno da Colônia de Sacramento, o Brigadeiro José da Silva Paes, então Comandante Militar e Governador do Distrito da Ilha de Santa Catarina criou, em 1739, um Batalhão de Artilheiros-Fuzileiros a quatro Companhias, constituindo então o embrião do atual 19º Batalhão de Infantaria Motorizado.
Em 1772, devido à reorganização do Exército, foi criado o Regimento de Infantaria de Linha de Santa Catarina, primeira Unidade da tropa regular da qual descendemos diretamente.
Em 1774 durante a CAMPANHA DO SUL, conquistaram o Forte dos Mosquitos. No início do século XIX, na Guerra contra Artigas, o Regimento sagrou-se vitorioso nas Batalhas de São Borja, Ibirocaí, Carumé, São Carlos e Taquarembó.
Em 1822, os Regimento de Infantaria de Linha de Santa Catarina e do Maranhão foram extintos, sendo criados novos Corpos de Tropa que lhes sucederam e foram empregados na GUERRA DA CISPLATINA, entre 1825 e 1828.
Assim, em 1839, face à eclosão da Revolução Farroupilha no Sul do País, o Presidente e Comandante das Armas de Santa Catarina, General Francisco José Soares de Andréa organizou três Batalhões: o da Boa Vista, o do Desterro e o da Serra. Pouco tempo mais tarde, os três Batalhões se fundiram e a Unidade resultante passou a ser conhecida como Batalhão Provisório da Serra, ou simplesmente Batalhão da Serra.
Este Corpo de Tropa, cujo nome histórico herdamos combateu contra as forças farroupilhas no Sul, e tomou parte em outras lutas internas, como as revoltas lideradas por Teófilo Otoni, em Minas Gerais; e pelo Padre Feijó, em São Paulo.
Em 10 de janeiro de 1843, o Batalhão da Serra foi transformado em 3° Batalhão de Fuzileiros.
Entre 1851 e 1852, durante a GUERRA CONTRA ORIBE E ROSAS, o 3° Batalhão de Fuzileiros houve-se galhardamente nos combates que travou, especialmente na Batalha de Paissandu. Posteriormente, durante a GUERRA DO PARAGUAI, entre 1865 e 1870, o 3° Batalhão de Fuzileiros cobriu-se de glórias em todas as principais Batalhas travadas nesta sangrenta luta: Passo da Pátria, Tuiuti, Humaitá, Itororó, Lomas Valentinas, Avaí e Perubebuí. Em todas elas, o Batalhão foi exemplo da ousadia, da intrepidez e da coragem do soldado brasileiro.
Inicialmente sediado em Santa Catarina, passou por Porto Alegre e São Gabriel. Até que em 1922 foi transferido para São Leopoldo, com a denominação de 8º Batalhão de Caçadores. Em 12 de novembro de 1922 esta caserna foi finalmente inaugurada em São Leopoldo, sendo motivo de orgulho para seus militares e para a população Leopoldense que sempre se mostrou muito pródiga e carinhosa em acolher seus novos “filhos”. Logo se integraram aos Oficiais e Praças recém chegados de foma fraternal e calorosa.
Em 1944, confirmando seu ardor bélico, coragem e bravura, o Batalhão partiu para o Continente Europeu e combateu ao lado das Forças Aliadas na Segunda Guerra Mundial. Terminado o cruento conflito em 1945, e de volta a São Leopoldo, o Batalhão recebeu uma das maiores homenagens do Exército Brasileiro. Um bronze com a efígie de um expedicionário, por ter sido a Unidade que no âmbito da 3ª Região Militar, forneceu o maior contingente de soldados à Força Expedicionária Brasileira.
Orgulhosamente, esta honraria foi posicionada na entrada do Batalhão, para que todos possam se lembrar dos bravos filhos que nunca fugiram a luta e defenderam os ideais de liberdade e os interesses da nossa Pátria.
Além das denominações já vistas, em sua longa caminhada, o Batalhão da Serra recebeu tantas outras, como: 3° Batalhão de Infantaria Pesada, em 1870; 29º Batalhão de Infantaria do 10° Regimento de Infantaria, em 1908; 30º Batalhão de Infantaria do 10° Regimento de Infantaria, em 1918; 8° Batalhão de Caçadores, em 1919; 19° Regimento de Infantaria, em 1949; 1° Batalhão do 19º Regimento de Infantaria, em 1964; e, finalmente, 19° Batalhão de Infantaria Motorizado, em 1972.
O final do milênio descortinou novos desafios para o Batalhão da Serra e em 1993 foi designado Unidade de Pronto Emprego pelo Comando de Operações Terrestres e, no ano seguinte, começou a preparar seus efetivos para integrar Missões de Paz.
No início do século XXI, novamente o Comando de Operações Terrestres distinguiu a Unidade como Força de Ação Rápida Regional do Comando Militar do Sul. Oportunidade na qual participou da Missão de Apoio das Nações Unidas ao Timor-Leste, em 2002.
Em maio de 2004, a Unidade foi selecionada para integrar o primeiro contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
As destacadas participações em Missões de Paz a cargo da Organização das Nações Unidas, dignificaram o Batalhão no esforço internacional para preservação da paz e o credenciaram para novas missões. Assim, em 2011, o Batalhão da Serra foi chamado, e mais uma vez, enviou tropas para integrarem a Missão de Paz no Haiti.
Em 2012, na Cidade do Rio de Janeiro, o Batalhão participou da Operação de Pacificação dos Complexos do Alemão e da Penha. De dezembro de 2014 a fevereiro de 2015, mais uma vez regressou ao Rio de Janeiro para atuar na Operação de Pacificação do Complexo da Maré.
De dezembro de 2015 a julho de 2016, com muito entusiasmo, a Unidade repetiu o seu passado de glórias. Chamada mais uma vez para integrar a Missão de Paz no Haiti, enviou aquele país caribenho o maior número de militares de uma só Unidade para compor o 23º Contingente Brasileiro.
No Estandarte Histórico do Batalhão, a figura de um Leão sobreposta a de uma Serra evoca suas origens e seu passado guerreiro, lembrando ainda o apelido “Leão da Serra”, como é conhecido por todos os militares que tiveram a honra de servir nesta respeitada e tradicional Unidade do Exército Brasileiro.
Temos porém, a incontestável certeza que seus soldados, em sua maior parte, filhos deste Vale, que nos acolhe com tanto carinho, acudirão céleres ao chamado da Pátria, se for preciso novamente defendê-la, mesmo com o sacrifício da própria vida, e tendo sempre como base o seu lema: PRONTO!