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TENENTE-CORONEL
LUIZ DE ARAÚJO CORREIA LIMA
Idealizador dos Centros de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro
Nascido em Porto Alegre, em 04 de novembro de 1891, Luiz de Araújo Correia Lima era o filho mais velho do General-de Divisão Gonçalo Correia Lima. Ingressou em 1907, no 17º Batalhão de Infantaria e, no ano seguinte, matriculou-se na Escola de Guerra em Porto Alegre. Por sua dedicação aos estudos, sempre se qualificou entre os melhores nos cursos das Escolas Militares que frequentou.
Em sua carreira militar, destacam-se as atividades de vigilância do litoral e da costa brasileira, na região de Rio Grande, quando servia no 17º Grupo de Artilharia, durante a Primeira Grande Guerra. Foi instrutor da Escola Militar do Realengo e participou do combate aos revoltosos de 1924, com o 1º Grupo de Artilharia Pesada.
Como estudioso das doutrinas pós 1ª Guerra Mundial, vislumbrou a importância da incorporação às reservas mobilizáveis de cidadãos com formação superior e dedicou- se a estudar o mecanismo de recrutamento e recompletamento dos exércitos europeus, vindo a defender a necessidade de o Brasil ter uma reserva numerosa e ser capaz de mobilizá-la no menor tempo possível, expondo suas ideias em artigos publicados.
O projeto da criação de um órgão de formação de Oficiais temporários se tornou o ideal de sua vida, pelo qual trabalhou desde jovem, ainda como tenente.
Em 22 de abril de 1927, foi criado o primeiro Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro, no Rio de Janeiro, comandado pelo próprio Correia Lima, então capitão. O CPOR do Rio começou a funcionar efetivamente no ano seguinte, servindo de modelo para a criação de outros CPOR em outras capitais, que à época eram então vinculados às Regiões Militares.
Correia Lima foi promovido a Major por merecimento, sendo designado a comandar o 1º Grupo do 9º Regimento de Artilharia Montada, em Curitiba. Quando irrompeu a Revolução de 1930, manteve-se fiel às ordens vigentes. Pela firmeza dos seus ideais, os revoltosos sabiam que ele não se entregaria, o que, de fato, veio a ocorrer, tendo morrido em combate em dia 5 de outubro. No dia 13 de outubro de 1930, foi promovido post-mortem a tenente-coronel, por ato de bravura.
Por ocasião da Segunda Guerra Mundial, a proposta do Tenente-Coronel Correia Lima comprovou-se altamente eficaz, quando 433 oficiais combatentes, formados nos CPOR, compuseram o efetivo da Força Expedicionária Brasileira, além dos muitos outros que participaram da defesa territorial e do litoral brasileiro.