MARECHAL BITTENCOURT
O Serviço de Intendência originou-se no período imperial, em maio de 1821, quando Dom Pedro I criou o Quartel-Mestre-General com encargos referentes ao rancho da tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de acampamento, ao arreamento dos equinos e a outros utensílios utilizados pela tropa. Após a Primeira Guerra Mundial, no ano de 1920, a Missão Militar Francesa chega ao Brasil, estabelecendo uma nova organização para a logística vigente no nosso Exército, criando o Serviço de Intendência. Nesse mesmo ano, originou-se, também, a Diretoria de Administração da Guerra, órgão subordinado à Secretaria da Guerra, cuja missão era gerir e administrar o suprimento das tropas brasileiras. Verificou-se, após essa reestruturação, notável evolução do nível de especialização pessoal e material, categorizando os bons serviços prestados pela nossa Intendência.
Portanto, destaca-se o Patrono do Serviço de Intendência. Nascido no dia 12 de abril de 1840, na cidade de Porto Alegre, filho do Brigadeiro Jacinto Machado Bitencourt e de D. Ana Maurícia da Silva Bitencourt, o patrono do Serviço de Intendência do Exército Brasileiro, Marechal Carlos Machado Bitencourt, assentou praça a 1º de janeiro de 1857, com 17 anos. Galgou por mérito os demais postos de uma brilhante carreira e viveu a honrosa situação de combater em algumas circunstâncias sob as ordens do pai, na Guerra da Tríplice Aliança.
Marechal Bitencourt destacou-se como encarregado da logística nas operações desenvolvidas pelo Exército contra os insurretos de Canudos. Recém-empossado como ministro da Guerra, interveio pessoalmente na campanha cujo óbice maior era a ausência de uma cadeia de suprimentos, já que a falta destes dificultava o bom desempenho das forças legais. Diante dessas dificuldades e percebendo que esse era um ponto crítico para a vitória das forças armadas no conflito, Bittencourt começou a organizar e sistematizar o transporte de pessoal e material, tornando efetivo e contínuo o fluxo de reabastecimento das tropas, o que possibilitou a derrota dos rebelados. Sua brilhante atuação foi essencial para o resultado final daquele conflito.
Contudo, após 40 anos de relevantes serviços prestados, o nobre Marechal, em estrito cumprimento do dever, durante a recepção dos militares vitoriosos da Guerra de Canudos deu sua vida pela pátria, salvando o então Presidente da República Prudente de Moraes de uma tentativa de assassinato. O “Marechal de Ouro”, a mercê de seus feitos, em 1940, foi escolhido como Patrono do Serviço de Intendência. Sua carreira ilustre, marcada pela competência profissional, destreza e pertinácia, serve de exemplo aos intendentes do Exército Brasileiro.
Atualmente, as constantes mudanças das técnicas operacionais facultaram à modernização dos métodos utilizados, atendendo às novas demandas impostas pela evolução do combate. A corrente conjuntura logística, haja vista a alta complexidade, exigiu sistemas mais precisos de controle e gestão, otimizando as técnicas empregadas e promovendo o aperfeiçoamento do militar.