O CASTELO – SÍMBOLO DA ARMA DA ENGENHARIA
As Torres de Vigia
Havia, na Idade Média, ao longo dos mais importantes itinerários da Europa e Oriente, torres de vigia, em pontos estratégicos. Eram torres instaladas e com guarnições temporárias (não efetivas). Eram ativadas conforme a necessidade de cada exército.
Serviam tais torres de base para Unidades esclarecedoras, auxiliando no apoio ao movimento tanto para observação como apoio logístico. Eram de médio à grande porte. E contavam com defesas próprias (obstáculos, tais como, muros e fossos). Talvez aí tenhamos a origem da base elíptica do castelo da Engenharia.
Tais torres também eram utilizadas por ocasiões de retraimentos e retiradas de exércitos. Da mesma forma eram utilizadas como apoio logístico e, juntas, formavam uma linha de defesa com construção e agravamento de obstáculos ao seu entorno e entre elas.
Ilustrativamente, se pode traçar um paralelo de utilização desse sistema de torres com a "Linha de Torres Vedras", em Portugal, (construídas na era napoleônica); outro possível evento que pode esclarecer e nos levar à origem do símbolo da Engenharia.
As Torres Vedras
As Linhas de Torres Vedras, ou simplesmente Linhas de Torres, são o conjunto de fortificações e outros trabalhos defensivos situados na península de Lisboa. No contexto da Guerra Peninsular, foram concebidas com a finalidade de impedir um exército invasor de atingir a capital do Reino de Portugal ou, em caso de derrota, permitir o embarque, em segurança, do Exército Britânico em retirada.
“Uma das estratégias para a defesa de Portugal foi construir pontos de resistência em Portugal que permitissem atrasar avanços das forças invasoras e desgastar o inimigo antes de combates importantes. Nesse sentido, decide reforçar e reativar várias fortalezas portuguesas e criar obras de engenharia militares e em zonas de combate eventual.
No princípio de 1810, iniciara-se a construção das linhas de Torres Vedras que, em 7 meses, se concretizaram na construção de 108 fortes, 151 redutos, revelins e baterias armadas com 1.067 peças e guarnecidas por cerca de 68.000 homens. São 75 Km de defesas com pequenas torres construídas pelo Real Corpo de Engenheiros Português para defesa da nação contra a invasão dos franceses.
Essa linha de defesa ocupava áreas de seis Concelhos: Vila Franca de Xira, Torres Vedras, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos; normalmente em cumes.
Quando as forças de General Massena, do Exército Napoleônico invadem Portugal já o plano de defesa está implementado e as forças napoleônicas depois de terem passado o Côa e depois o Mondego, apesar da Batalha do Buçaco, embatem nas linhas de Torres Vedras defendidas pelas milícias portuguesas e pela artilharia portuguesa atrás das quais prontas a contra-atacar qualquer penetração se instalaram as unidades do Exército Anglo-Luso que tinham retirado do Buçaco. Massena impedido de chegar a Lisboa retira para Santarém e depois em fuga acaba por sair do território Português.
O Castelo da Arma de Engenharia Portuguesa
Castelo de Almourol, localizado na Freguesia de Praia do Ribatejo (em uma ilha do rio Tejo), Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém centro de Portugal, símbolo da Engenharia Militar Portuguesa, origem da Arma de Engenharia do nosso Exército.
“...No século I a.c., na ocupação da Península Ibérica, o local foi conquistado pelos romanos. Foi nesse período que a primeira fortificação foi erguida.
No século III dC, o sítio foi ocupado pelo Alanos, depois pelos visigodos e já no século VIII, pelos muçulmanos. Estes últimos dão à fortificação a denominação de Al-morolan (pedra alta).
Em 1129 a fortaleza é conquistada por D. Afonso Henriques aos mouros e posteriormente doada à Ordem dos Templários ficando com esta até 1311.
Já como Castelo de Almourol, entre 1160 e 1171, foi reedificado e por várias vezes restaurado, tendo adquirido em linhas gerais as suas atuais feições, com características da arquitetura templária.
Em 1755 o castelo foi vítima de um terremoto, voltando a sofrer mais obras e alterações na sua estrutura.
Na metade do século XIX, Almourol foi entregue ao Exército Português que está sob sua guarda até hoje. No século XX foi classificado como monumento nacional...”
O Castelo da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro
O castelo da Engenharia na realidade é uma torre que muito se assemelha às torres de vigia, construídas pelos fenícios antes de Cristo, bem como as torres de castelos medievais ou mesmo das torres de Vedras da era napoleônica. A cor Azul-turquesa representa o espírito e do pensamento. Simboliza a lealdade, a fidelidade, a personalidade e sutileza. Simboliza também o ideal e o sonho. É a mais fria das cores frias. A cor é a mistura do azul com verde, é a cor do bem estar e do raciocínio lógico (a Engenharia trabalha sempre com a lógica, o empirismo não existe no dicionário do engenheiro).