CANHÃO KRUPP 75 mm C 26 M93
História e Desenvolvimento
Em 1811, Friedrich Krupp fundou sua fábrica de aço fundido chamada de Gusstahlfabrik. O aço produzido tinha ênfase na área de transporte, mais especificamente envolvido nas estradas de ferro, portanto, seu filho, Alfred Krupp, começou um novo rumo da fábrica de seu pai. Em 1856, Fried. Krupp A.G. produziu uma pistola de aço fundido com espingarda de 9 cm (6-Pfünder-Feldkanone C / 61), que produziu resultados tão bons que a Prússia adotou o aço da família Krupp para fazer canhões do exército, foi a partir deste momento que a os canhões Krupp foram criados.
As armas Krupp foram compradas pelos exércitos russo, austríaco e do Império Otomano durante a década de 1860. Na década de 1870, eles estavam sendo comprados por países de todo o mundo. As armas navais também foram rapidamente desenvolvidas; a partir de 1863, armas eram fabricadas para várias marinhas, incluindo as da Áustria-Hungria, Império Otomano e Prússia, entre outras.
Na década de 1880, Krupp havia desenvolvido uma arma naval de 88 mm e adotado 75 mm como calibre para as armas de campo e de montanha do exército. Em 1897, quando a pistola francesa de tiro rápido de 75 mm apareceu, Krupp produziu os 77 mm semelhantes, usados na Primeira Guerra Mundial.
As armas de montanha Krupp também foram usadas durante a Revolução Mexicana e a Guerra Civil Espanhola, Reino da Grécia e pelo Império Otomano na Primeira Guerra dos Balcãs.
Desde 1948, segundo fontes militares, a Marinha de Honduras mantém um canhão Krupp, o primeiro do tipo fabricado pela empresa e ainda em bom estado de funcionamento, na Base Naval de Amapala, na costa do Pacífico.
Canhão Krupp 75 C 26 M 1937
Emprego no Brasil
Durante a segunda metade da década de 1930, o Exército Brasileiro (EB), encontrava-se numa situação preocupante. Conflitos em vários locais mostravam claramente uma tendência de insegurança reinante no mundo e muitos países sul-americanos possuíam equipamentos bélicos superiores aos do Brasil. Relatórios confidenciais do Estado-Maior das Forças Armadas revelavam que a Argentina e o Chile contavam com armamento muito mais moderno e numeroso, tanto aéreo, como terrestre e naval, e constataram que o Brasil estava totalmente despreparado contra ameaças externas.
Em um caso hipotético de hostilidades contra seus vizinhos do Sul, somente havia condições de defesa por um breve período, podendo até em menos de 30 dias perder o domínio do Estado do Rio Grande do Sul. Dentre as principais deficiências que o EB tinha era a completa obsolescência de seus equipamentos de artilharia.
O general Eurico Gaspar Dutra, então Ministro da Guerra, determinou que uma comissão com sede na Europa procurasse dentre os vários fabricantes de armas, visando analisar e recomendar novos equipamentos para o reaparelhamento das Forças Armadas. Foi, assim, enviado às indústrias Schneider, Krupp, Bofors, Ansaldo e Rheinmetall um edital para tomada de preços e condições de pagamento de seus produtos.
Dessa forma, em 19 de março de 1937, foram adquiridos 100 canhões de 75mm C/26 e acessórios da Fried Krupp AG, para equipar as unidades de cavalaria que guarneciam as fronteiras do Sul e Oeste do Brasil. Os navios que os transportavam foram apreendidos pela marinha Inglesa e só liberados através da diplomacia. Os Canhões chegaram ao Brasil com rodas de madeira devido à sua tração animal (Regimentos de Artilharia Montada). Em 1950 as rodas de madeira foram substituídas por rolagem de pneus para utilização em tração automotiva. Eram canhões de extrema qualidade e prestaram excelente serviço ao Exército Brasileiro até o início dos anos 1980.