Criação do curso de Cavalaria do CPOR/PA
No histórico dia 31 de Janeiro de 1928, foi criado o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre. No início, o CPOR não possuía sede própria, pois pertencia a 3ª Região Militar. Portanto, o curso de Cavalaria ocupava o 4º Esquadrão de Fuzileiros do 3º Regimento de Cavalaria Divisionário, onde atualmente está instalado o CPOR/PA.
O curso de Cavalaria contava com um efetivo de 42 alunos e estendia-se por 3 anos de formação dos futuros oficiais da reserva. No mês de Março do mesmo ano, foi nomeado o primeiro comandante de CPOR de Porto Alegre, o então Capitão de Infantaria Salvador César Obino.
Cap. Salvador Cézar Obino e alunos do Cross de Cavalaria
Fonte: CPOR de Porto Alegre 80 anos de história.
Ainda em organização, o Centro esteve no foco dos acontecimentos da Revolução de 1930, tendo parte do efetivo aderido ao movimento e colaborado com a conquista da munição do paiol do Morro Santa Tereza, onde instalava-se o curso de Cavalaria.
No Diário Oficial de Julho de 1938 foi publicado o Decreto nº 2.795, de 27 de junho de 1938. Este decreto estabeleceu uma nova organização do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. A estrutura é reformada e os cursos passam a ter 2 meses de instruções comum (Atualmente denominado Curso Básico), e um curso fundamental, com duração de dois anos letivos de oito meses cada um (conhecido atualmente como Período de Formação e Aplicação, dentro de cada arma)
Em 1940 por ordem do Sr. General Estevão Leitão de Carvalho, comandante da 3ª Região Militar, as instalações dos cursos se concentraram onde já funcionava o curso de Cavalaria (atual sede do CPOR/PA). Portanto o 4º Esquadrão de Fuzileiros do 3º Regimento de Cavalaria Divisionário, mudou-se para onde atualmente encontra-se o 3º Regimento de Cavalaria de Guarda (Regimento Osório).
Neste Centro, uma das mais marcantes atividades da época era a equitação. Além do curso de Cavalaria, o curso de Artilharia também se utilizava dos cavalos, pois naquela época ainda existia a Artilharia Hipomóvel. No início, todos os alunos do Centro participavam dos treinamentos com cavalos, porém, por muito tempo, coube aos alunos do curso de Cavalaria abrir o desfile cívico como guarda das Bandeiras Históricas, em virtude do centro possuir a cavalhada de melhor qualidade e tropa de alunos adestrada para esta missão.
Linha de Bandeira (formada por alunos), abrindo o Desfile de 7 de Setembro na Avenida Perimetral
Outra tradição no curso era o basquete à cavalo, onde duas equipes se enfrentavam em uma disputa de coragem, robustez e habilidade. No jogo, nenhum atleta tinha seu cavalo certo, portanto cada militar deveria disputar pelos animais, a fim de conseguir fazer uma cesta, pois somente era válido o ponto se o militar estivesse montado no seu nobre amigo. Essas disputas, além de muito acirradas, aumentavam o nível da destreza, fixidez e habilidade dos militares. E por isso se tornaram muito tradicionais nos Quarteis de cavalaria.
A tradição equestre do curso teve fim no ano de 1986, ano que ficou marcado pela saída da cavalhada do CPOR/PA em virtude da evolução das instruções dos cursos de Cavalaria e da racionalização da estrutura de ensino. FOTO DA REVISTA DE 86
Atualmente o Curso de Cavalaria conta com várias atividades, as quais propiciam, ao futuro oficial da reserva desenvolver os valores militares assim como suas capacidades físicas e intelectuais. Dentre as atividades mais importantes do Curso de Cavalaria, podemos citar: A entrada na Arma, na qual a vibração destaca os novos cavalarianos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, assim como o Cross da Espora, onde os alunos demonstram coragem e tenacidade de montar sobre o dorso do cavalo, e o mais importante, no final desta atividade os alunos recebem as esporas, símbolo de um cavalariano. Logo após, tem-se a Operação Boina Preta, onde ao alunos do curso realizam uma operação de um Pelotão de Cavalaria Mecanizado, e no final do exercício recebem a boina preta, outro símbolo de um cavalariano. Além dos diversos exercícios inopinados, mais conhecidos como furacão.
Entrada na arma
Cross da Espora
Operação Boina Preta
