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GENERAL DE EXÉRCITO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI
Emílio Garrastazu Médici, nascido em Bajé-RS, no dia 4 de dezembro de 1905, filho de Emílio Médici e de Júlia Garrastazu Médici, ingressou em 1918 no Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA), onde permaneceu até 1922. Em abril de 1924, matriculou-se na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo declarado Aspirante-a-Oficial da arma de Cavalaria, em janeiro de 1927, e designado para o 12º Regimento de Cavalaria (12º RC), com sede em Bajé. Ainda em julho de 1927 foi promovido a 2º Tenente e em julho de 1929 a 1º Tenente. Em 3 de outubro de 1930, ao ser deflagrado um movimento revolucionário para depor o presidente da República Washington Luís, servia como oficial de dia no mesmo Regimento e aderiu à revolução
Concluiu o curso de Estado-Maior em março de 1944, sendo designado para a 3ª Divisão de Cavalaria, em Bajé. Em junho de 1948 foi promovido a Tenente-Coronel e transferido para a 3ª Região Militar, sediada em Porto Alegre, então sob o comando do General Olímpio Falconière da Cunha, onde foi o chefe da 2ª Seção do Estado-Maior. Em julho de 1953 foi promovido a Coronel e, em 16 de outubro de 1953, assumiu o Comando do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR/PA).
Em fevereiro de 1960 foi designado Subcomandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), sob o comando do General Adalberto Pereira dos Santos. Em julho de 1961, foi promovido a General-de-Brigada e para o comando da 4ª Divisão de Cavalaria, em Campo Grande, então estado de Mato Grosso. Em 1963, foi nomeado Comandante da AMAN, posto que ocupava quando eclodiu a revolução de 1964. Ainda naquele ano até 1966, exerceu a função de adido militar brasileiro em Washington e, cumulativamente, de delegado brasileiro à Junta Interamericana de Defesa. Foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) em 1967 e, posteriormente, Comandante do III Exército, em 1969.
Em 25 de outubro de 1969, Médici foi eleito pelo Congresso Presidente da República, tendo como vice-presidente o almirante Augusto Rademaker. Durante seu Governo, observou-se o chamado "milagre brasileiro", que consistiu na grande expansão da economia brasileira, expressa no vertiginoso crescimento do PIB, na estabilização dos índices inflacionários e na expansão da indústria, do emprego e do mercado interno.
Durante seu Governo, o Brasil ampliou o limite do mar territorial brasileiro para duzentas milhas, criou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), lançou oficialmente o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e o Programa de Metas e Bases para Ação do Governo, que coordenava cerca de duzentos projetos tidos como prioritários para a política de desenvolvimento. Institucionalizou o Projeto Rondon, decretou o Estatuto do Índio e lançou o Plano de Integração Nacional, que previa a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho.
Em 1972, foi inaugurada a refinaria de petróleo de Paulínia, em São Paulo, a maior do país e, em 1973, o Brasil assinou dois importantes acordos: com a Bolívia, para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de la Sierra e Paulínia, e com o Paraguai, para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu. Inaugurou ainda a maior usina hidrelétrica da América do Sul, na Ilha Solteira, e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói.
Era casado com a senhora Scila Gaffrée Médici, com quem teve dois filhos, vindo a falecer no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1985.