General Adalberto Pereira dos Santos
Adalberto Pereira dos Santos nasceu na cidade de Taquara, no Rio Grande do Sul, no dia 11 de abril de 1905. Assim como outros militares de seu tempo, começou a trilhar seu caminho no meio militar logo cedo ingressando no Colégio Militar de Porto Alegre, sendo inclusive da mesma turma dos Generais Costa e Silva, Castello Branco e Médici.
Sua carreira militar teve início efetivamente no ano de 1924, sendo declarado Aspirante da Arma de Cavalaria em janeiro de 1927 e Segundo-Tenente em julho do mesmo ano. Chegou ao posto de Primeiro-Tenente em 1929, participando da Revolução de 1930 e também do combate à Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo. Em 1933 foi promovido a Capitão e a Major em dezembro de 1941.
No contexto da Segunda Guerra Mundial, frequentou a Escola de Infantaria Ford Benning e a Escola de Blindados de Fort Knox, ambas nos Estados Unidos. Além disso, também atuou nos campos de batalha, integrando a Força Expedicionária Brasileira durante a Campanha na Itália, servindo como Oficial de ligação na 1ª Divisão de Blindados do Exército norte-americano. Junto a isso, ainda neste contexto, cursou a Escola de Estado-Maior do Exército Brasileiro. Em 1945 foi promovido a Tenente-Coronel, assumindo o Comando da Escola de Motomecanização em 1946.
Foi promovido a Coronel em 1951 e em 1952 passou a comandar o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre, passando, posteriormente o comando, para o Cel Médici. Seu comando foi até 16 de outubro de 1943. Durante sua passagem pelo comando da unidade, ocorreu a morte de 12 alunos do curso de Artilharia, que ficariam conhecidos e lembrados inclusive com um memorial exposto hoje nas dependências do CPOR/PA, como “os 12 heroicos artilheiros”, durante uma instrução como uma mina antipessoal M2-A1, que acabou detonante acidentalmente e ceifando a vida dos 12 militares e ferindo outros que estavam presentes no local.
Como Coronel, Adalberto Pereira dos Santos assinou junto a outros Coronéis e Tenentes-Coronéis o Manifesto dos Coronéis, documento que foi dirigido à alta hierarquia militar e protestava contra a limitação dos recursos destinados ao Exército e também contra a elevação do salário mínimo em 100%.
Saindo de Porto Alegre e indo para o Rio de Janeiro, cursou a Escola Superior de Guerra, comandou o CPOR/RJ e o Colégio Militar. Em 1958 foi promovido a General-de-Brigada e comandou a 2ª Divisão de Cavalaria, em Uruguaiana e a Academia Militar de Agulhas Negras, em Resende. No término do seu comando na Academia, passou-o, mais uma vez, para o agora Gen Médici. Quando promovido a General-de-Divisão no ano de 1963, passou a comandar um ano depois a 6ª Divisão de Infantaria, em Porto Alegre, porém acabou sendo exonerado do comando por criticar as diretrizes do então presidente João Goulart. Por fim, em 1965, foi promovido a General-de-Exército, assumindo o I Exército, no Rio de Janeiro. Em 1968, foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército.
Continuando sua trajetória ascendente, General Adalberto Pereira dos Santos foi nomeado pelo decreto de 07 de março de 1969 como ministro do Supremo Tribunal Militar, chegando até a presidência do órgão, onde permaneceu até 1973, quando foi convidado à Vice-Presidência da República. Concorrente e vencedor, passou a exercer a função em 1974 ao lado do então presidente General-de-Exército Ernesto Geisel, recebendo a faixa presidencial do General-de-Exército Médici.
General-de-Exército Ernesto Geisel e General-de-Exército Adalberto Pereira dos Santos, da direita para a esquerda, respectivamente.
Durante sua carreira, Adalberto Pereira dos Santos foi reconhecido por diversas condecorações, seja pelas suas ações nas atividades que desempenhou, ou por sua participação na Segunda Guerra Mundial. Dentre elas, podemos citar a Medalha de Campanha, por ter participado das Operações de Guerra na Campanha da Itália; a Medalha Marechal Hermes Aplicação e Estudo, com 2 coroas, em prata; entre muitas outras.
A brilhante carreira do militar terminou em 02 de abril de 1984, quando faleceu aos 79 anos, no Rio de Janeiro, deixando seu legado marcado na história do Exército Brasileiro e também do Brasil.