Brigadeiro José Joaquim de Andrade Neves, o Barão do Triunfo
Nascido no município de Rio Pardo, Rio Grande do Sul, no dia 22 de janeiro de 1807, José Joaquim de Andrade Neves era o terceiro de vários filhos do Major José Joaquim de Figueiredo Neves e de Francisca Ermelinda de Andrade. Neto de um Dragão do regimento de Patrício José Corrêa da Câmara, sobrinho de um Capitão e filho de Major, quase a sua família inteira era composta por militares. Desde cedo já via-se no roldão das cargas, a comandar outros bravos com a lança em riste na mão firme, defendendo o solo brasileiro e ouvindo os clarins, o toque da vitória. Em 20 de Novembro de 1826 sentou praça como 1º cadete no 5º Regimento de Cavalaria de Linha, situado em sua cidade natal, mas em 10 de dezembro de 1827, teve de abandonar temporariamente sua carreira das armas para ajudar seu pai com os encargos de família. Com o início da Revolução Farroupilha em 1835, Andrade Neves colocou-se ao lado dos legalistas do Império, atuando como parte da Guarda Nacional e foi promovido a Major interino pouco tempo antes de auxiliar Bento Manuel a vencer o Coronel Corte Real, no Passo do Rosário em 17 de março de 1836. Participou de inúmeros combates, nos quais entregou-se de corpo e alma à defesa da causa do Império. Destaca-se o combate de Taquari, no qual ele foi ferido por dois tiros, entretanto permaneceu no campo de batalha até o término da luta.
Em dezembro de 1839, aos 32 anos de idade, foi promovido a Tenente-Coronel e conquistou todos os seus postos no campo de batalha, por atos de inexcedível bravura, coragem e patriotismo. Em março de 1845, os farrapos largaram suas armas e renderam-se, dando fim a Revolução. Dois anos depois, Andrade Neves foi então promovido a Coronel da Guarda Nacional. Ao longo dos anos, participou de diversos outros conflitos, destaque para quando foi promovido ao posto de Brigadeiro no dia 12 de abril de 1858. Mas sua principal atuação foi durante a Guerra do Paraguai, na qual mostrou que sua liderança era de extrema importância para consolidar a vitória sobre o ditador Solano López. Após diversos feitos decisivos e marcantes, como quando atacou quatro regimentos de cavalaria paraguaias e os derrotou [por conta disso teve sua divisão apelidada pelos paraguaios de caballeria loca de cuenta (cavalaria louca varrida)] foi gloriosamente nomeado de Barão do Triunfo em 19 de outubro de 1867.
Após a Passagem de Humaitá e a batalha de Laguna Ciervo, a Guerra do Paraguai encaminhou-se sem dúvidas, para o seu final. No ano de 1868, na batalha de Lomas Valentinas, Andrade Neves sofreu um ferimento grave de um projétil de mosquete, que veio a lhe estraçalhar o pé direito. Levado à Assunção, foi recolhido ao palácio tomado de Solano López. No dia 06 de janeiro de 1869, logo antes de vir a falecer como insigne general, nos delírios da febre que o devorava, sob aquele clima de fogo, conta a lenda que o bravo general, como se naquele trágico momento o animasse uma alma espartana, julgava-se ainda à frente dos seus esquadrões e atirando as cobertas, bradou: "Camaradas!... mais uma carga!"
Inúmeras homenagens foram feitas em seu nome, principalmente ruas e avenidas com seu nome, mas como também a cidade gaúcha Barão do Triunfo, que em 1888 foi fundada e nomeada em seu tributo. Alguns exemplos de ruas e avenidas com seu nome são:
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A rua Andrade Neves, no centro de Porto Alegre;
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As ruas Barão do Triunfo, em Porto Alegre, Bagé, Petrópolis, Belém, São Paulo;
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As ruas General Andrade Neves, em Canoas, Joinville, Belo Horizonte, Niterói, Rio de Janeiro, Duque de Caxias.
Existem diversas outras ruas e avenidas com esses e variados nomes relativos ao grande General de Cavalaria, José Joaquim de Andrade Neves, esses são apenas alguns de outros muitos exemplos que podem ser citados.
Centro Histórico, Porto Alegre. Azenha, Porto Alegre.
Cidade Barão do Triunfo, Rio Grande do Sul.
O 2º Regimento de Cavalaria de Guardas (2º RCG), é também chamado de Regimento Andrade Neves, nome que lhe foi conferido em 1934, sua missão era apoiar no aperfeiçoamento dos oficiais da Arma de Cavalaria. Em 2007 foi transformado em 2º RCG, mas mesmo assim, não deixou de ser chamado pelo seu antigo nome, carregando a eterna glória do Barão do Triunfo. O Regimento cumpre a clássica missão das unidades de guarda dos
grandes exércitos do mundo, não só na vigilância do patrimônio do Exército Brasileiro como na realização de escoltas e guardas de honra para autoridades nacionais e estrangeiras.
General Mourão visitando o Regimento na cerimônia de troca de comando.